Fundação -junho 2016

Ata da Assembleia Geral de Fundação

Ata de fundação, aprovação do Estatuto Social, Eleição e Posse da Diretoria e Conselho Fiscal da Associação da Comunidade Tradicional dos Camponeses da Pedra Lisa e Adjacências, especialmente convocada para o dia 11 do mês de junho do ano de 2016, as 14 horas, na Estrada Pedra Lisa s/n (Igreja Batista). A Assembleia Geral extraordinária foi convocada pela Comissão Provisória da Associação da Comunidade Tradicional dos Camponeses da Pedra Lisa e Adjacências, tendo como pauta: primeiro, a criação da Associação da Comunidade Tradicional dos Camponeses da Pedra Lisa e Adjacências, segundo, a aprovação de seu Estatuto Social; e terceiro, a eleição de sua primeira Diretoria e de seu primeiro Conselho Fiscal. Iniciando os trabalhos, o coordenador da Comissão Provisória, Josimar Fausto da Silva nomeou Esdras da Silva (secretário da Federação das Associações de Moradores Urbanos e Rurais do Município de Japeri-FAMEJA) como relator da ata. Em seguida o Coordenador fez uma exposição de motivos para a criação da Associação, dentre os quais a importância do grupo estar organizado e ter seus representantes para encaminhar suas demandas aos vários entes do Poder Público. Em seguida ele pediu autorização para ler um trecho do Relato histórico da criação do Núcleo Agrário feito pelo Estudante do CPDA/UFRRJ Gabriel Souza Bastos: ‘Em 1948 foi fundada a Sociedade de Lavradores e Posseiros de Pedra Lisa, sob presidência de José Matias, formalizando laços associativos e comunitários que já existiam antes em Pedra Lisa. Foi a primeira associação de lavradores na Baixada Fluminense e importante ferramenta de luta dos camponeses no período que antecedeu o golpe de 1964. Tal associação era responsável, além da organização política e de resistência camponesa contra grileiros, por promover o funcionamento de uma escola, posto médico, rede de ajuda mútua, uma forma de cooperativa para comercialização e produção e até mesmo um agente regulador para regras de comportamento comunitário. A Sociedade previa que o posseiro deveria morar em Pedra Lisa e o desmatamento era permitido somente para fins de cultivo. A associação também promovia aberturas de estradas e valas, para drenagem de áreas pantanosas, assim como construiu uma escola e a ponte que liga Jaceruba a Pedra Lisa. A Sociedade também organizava formas de ajuda mútua e solidariedade entre os camponeses através de trocas de produtos entre eles em tempos de necessidade e mutirões para construções de casas na chegada de famílias novas. Ora, se até 1964 a associação de lavradores de Pedra Lisa contava com cerca de 1500 associados, no pós-64, além de ter sua sede completamente destruída e seus documentos queimados, teve suas lideranças perseguidas pelo Exército. Por volta de 1964, houve uma tentativa de reorganização da Sociedade de Lavradores e Posseiros de Pedra Lisa, através de uma reunião que contou com a presença de mais de 100 pessoas. Entretanto, tal reunião fora denunciada à unidade do exército em Deodoro, que enviou tropas ao local, espancando e prendendo lavradores. Dirigentes ficaram detidos por vários meses’. Após a leitura o Coordenador da Comissão disse da intervenção até hoje os produtores não conseguiram atingir o nível de organização que existia na época. Em seguida convidou os presentes a se manifestarem sobre a importância da refundação da Associação. Todos manifestaram-se favoráveis à criação da referida Associação, que dará prosseguimento a toda uma história de busca de melhorias que a Comunidade tanto precisa e merece